A Umbanda praticada na Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade desde sua fundação pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas em 1908 caracteriza-se, em grande medida, pela ausência de documentos estruturadores, capazes de estabelecer um formato padrão tanto para o rito quanto para a doutrina.
Tal característica, em si, traz à tona o forte papel da cultura oral na transmissão dos ensinamentos de geração em geração dos médiuns da casa, seja sob a direção de Zélio de Moraes, seja sob o cuidado de seus descendentes, as filhas Zélia e Zilméa e, atualmente, a neta Lygia de Moraes Cunha.
A despeito de tal condição, existem documentos que trazem a tona o fundamento da prática do amor e da caridade, pautado pela humildade daquele que busca servir o próximo. Nesta página buscamos trazer alguns deles, importantes sob o aspecto histórico, mas mais relevantes em razão do conteúdo que trazem.
Mensagem do Chefe, Caboclo das Sete Encruzilhadas, apresentada em 21 de dezembro de 1919 na Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade, apresentada em versão datilografada.
Mensagem psicografada por Zélio de Moraes, em data desconhecida. Observa-se a própria letra do médium e a intenção de não identificação do Espírito, o qual assina "Do Além".
Psicografia intitulada "Dá Sempre", de autoria de Casemiro da Cunha, recebida por Zélio de Moraes em 31 de julho de 1953. O texto é finalizado em língua francesa.
Anotação feita por Zélio de Moraes do Ponto "Eles são Três Caboclos", cantado até hoje na Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade por ocasião da Abertura das Sessões.
Texto fundamentando o Uso do Fumo e Bebida nos Terreiros nos rituais de Umbanda, contrastando com as concepções usuais do Espiritismo Kardecista de então. Autoria do texto desconhecida.
Psicografia recebida por Zélio de Moraes, intitulada "Paz", enviada pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas. Observa-se, ao final, sua humilde identificação como "o mais pequenino dos espíritos" e a assinatura na forma de seu ponto riscado.